domingo, 29 de março de 2009

Bate-papo com jornalista

Nome: Rodrigo Caetano – Funcionário da Computer World, especializada em tecnologia da informação.
Idade: 28
Formação acadêmica: Jornalismo – Mackenzie, 2005
Contato: rodrigo.caetano@nowdigital.com.br


Existe uma questão que é discutida na área de comunicação hoje em dia que é a seguinte: se as novas tecnologias de informação irão abolir o jornal impresso. O que você acha, o jornal impresso irá acabar?

Eu acho que vai acabar sim, é uma questão de tempo. O modelo do jornal impresso já não é mais sustentável. Cada vez mais a gente vê a receita de publicidade migrando para o on line e saindo do impresso. Talvez acabar seja uma palavra muito forte, talvez o que vá acontecer é que não teremos o jornal como ele é hoje. Do modo que conhecemos o jornal hoje, não tenho dúvidas que um dia não existirá mais.

Quais serão as novas tendências tecnológicas que irão acentuar o término do jornal? Você acha que todos terão acesso ao computador para ter as informações?

A questão que eu acho mais importante é o acesso ao computador e a banda larga móvel 3g além de as novas tecnologias trazerem mobilidade. Isso muita gente já tem acesso. No Brasil mais de cem milhões de pessoas tem celular com conexão de dados e isso tende a aumentar e a ficar mais potente, e é isso que vai determinar as pessoas mais conectadas 24h onde quer que seja. Vai ser a grande ruptura. Eu apontaria como uma tendência tecnológica a mobilidade, a banda larga móvel.

Tendo em vista que a procura por impresso está diminuindo cada dia mais, você acha que a mobilidade é a questão mais atraente para o maior alcance de pessoas utilizando a internet?

Na verdade tem muita coisa atraente, o importante para o jornalismo é entender que muda o meio, não muda a qualidade da informação, o processo de produção muda muito pouco. Para o jornalista continua valendo as mesmas premissas de antes, que é ter credibilidade e fazer matérias bem feitas. Isso que é o grande atrativo e diferencial da internet. O que muda é a forma de como as pessoas interagem com essas informações, o leitor não é apenas um leitor, ele interfere nessas informações, há uma interatividade. Para se produzir uma matéria para o jornal impresso ou para o on line ou até para qualquer outro veículo que você tenha que escrever, o processo é o mesmo. A questão é saber entender essas novas ferramentas da tecnologia que estão à disposição.

As informações da internet dão conta de tudo o que tem no impresso?

Sim. Com as ferramentas a internet se torna muito mais rica, se tem mais liberdade para fazer uma série de coisas.

Tem se discutido que só ter as informações de internet é um risco, uma vez que há muita informação incorreta. O que você pensa sobre isso ?

A maioria das informações da internet são erradas, isso é fato, não são só informações de qualidade. Entra a questão que eu já havia citado do jornalismo, que é o jornalista entregar as informações de qualidade. O risco, tendo o jornal impresso ou não, é o mesmo, a presença do jornal não vai tirar nenhuma informação errada ou certa da internet. O importante é colocar que o jornal impresso acabar é um processo natural, de evolução na tecnologia, mudança da sociedade e da forma com que as pessoas se comunicam, interagem e vêem o jornalismo. Temos que aprender a conviver com isso e aceitar além de tirar proveitos das novas ferramentas que a tecnologia nos oferece.

Em quanto tempo o jornal vai ser totalmente abolido?

Já diminuiu de forma drástica. Difícil estipular uma data, eu acho que vai ser um processo que tende a se acelerar a partir de agora, na medida em que a tecnologia vai evoluindo. Hoje nós já temos o 3G. A forma geral dos computadores e da televisão já vem ganhando muito espaço na sociedade. Não há como falar uma data, eu acho que vai ser cada vez mais rápido.

Você lê ou assina o jornal impresso?


Eu leio o jornal impresso, mas na internet. (risos)
Tenho praticamente todos os jornais na versão online, tanto os que são por assinatura quanto os que não são. Ocasionalmente eu compro um jornal. Posso dizer que eu aboli o jornal do meu dia a dia, o papel, não a leitura.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Muito legal o Bate-Papo com o Rodrigo Caetano. Independente do veículo a notícia tem que ter credibilidade e qualidade. Mas quando me informo pela internet vejo que falta muitos detalhes, então nesse caso busco ler o impresso mesmo que muitas vezes mais cansativo.

    Pessoal, parabéns pelo Blog.

    Jariza.

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